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Ginecologia

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Candidíase vaginal: coceira intensa e corrimento são os principais sintomas

Na maioria dos casos, a infecção pode ser tratada de forma eficaz com antifúngicos tópicos ou orais
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Dra. Lorenna Belladonna - médica ginecologista - -Atualizado em 19/09/2024
candidiase vaginal

A candidíase vaginal é uma infecção bastante comum causada por um fungo chamado Candida, especialmente a espécie Candida albicans. Este fungo habita naturalmente a flora vaginal, mas em determinadas condições pode se multiplicar em excesso, provocando uma inflamação local. Embora seja bem mais frequente em mulheres, homens também podem ser afetados, principalmente na região peniana.

Candidíase vaginal: o que é?

A candidíase vaginal é uma infecção fúngica que afeta a região íntima feminina. O fungo Candida, que normalmente vive em pequenas quantidades no organismo humano, incluindo a vagina, pode se multiplicar excessivamente em condições propícias, levando ao desenvolvimento da infecção.

A flora vaginal saudável possui um equilíbrio entre diversos microrganismos, mas quando esse equilíbrio é afetado, o Candida pode crescer além do normal, causando os sintomas característicos da candidíase.

A candidíase pode ser desencadeada por diversos fatores e não é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).

Principais causas

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da candidíase vaginal. Entre os mais comuns, podemos destacar:

  • Uso de antibióticos: o uso prolongado ou frequente de antibióticos pode alterar a flora vaginal, eliminando bactérias que competem com o Candida e permitindo que o fungo se prolifere.

  • Alterações hormonais: flutuações hormonais, como as que ocorrem durante a gravidez, com o uso de anticoncepcionais hormonais ou até mesmo durante o ciclo menstrual, podem predispor ao desenvolvimento da candidíase.

  • Sistema imunológico debilitado: doenças que comprometem o sistema imunológico, como o diabetes mellitus mal controlado ou o HIV, aumentam o risco de infecções por Candida.

  • Uso de roupas apertadas ou sintéticas: tecidos que não permitem a ventilação adequada da área genital podem criar um ambiente quente e úmido, ideal para o crescimento do fungo.

  • Dietas ricas em açúcares e carboidratos refinados (como alimentos a base de farinha de trigo), que podem favorecer o crescimento de fungos no organismo.

  • Estresse: o estresse crônico pode afetar o equilíbrio hormonal e imunológico, aumentando a suscetibilidade a infecções como a candidíase.

  • **Higiene inadequada: **o uso excessivo de sabonetes perfumados ou duchas vaginais pode alterar o pH vaginal e prejudicar a flora local.

O que é a candidíase de repetição?

A candidíase de repetição é caracterizada pela ocorrência de quatro ou mais episódios de candidíase vaginal em um período de um ano.

As causas da candidíase de repetição podem ser multifatoriais. Algumas mulheres podem ter uma predisposição genética, enquanto outras podem ter um desequilíbrio hormonal persistente ou problemas no sistema imunológico que as tornam mais suscetíveis a infecções recorrentes.

Além disso, hábitos de vida e fatores ambientais, como o uso contínuo de roupas íntimas sintéticas ou a permanência em ambientes úmidos, podem contribuir para o reaparecimento da infecção.

Por isso, nesses casos, é importante investigar as causas subjacentes e realizar um tratamento mais específico.

Sintomas de candidíase vaginal

Os sintomas da candidíase vaginal são bem característicos, mas podem variar em intensidade, dependendo da gravidade da infecção. Entre os sintomas mais comuns estão:

-** Coceira intensa: **uma das queixas mais frequentes, a coceira pode ser localizada principalmente na vulva, mas pode se estender para a área interna da vagina.

  • Corrimento vaginal espesso e branco: muitas vezes descrito como semelhante ao leite coalhado ou queijo cottage, o corrimento é outro sintoma típico da candidíase.

  • **Ardência ao urinar: **o contato da urina com a área inflamada pode causar desconforto significativo.

  • Dor durante a relação sexual: a inflamação da mucosa vaginal pode tornar as relações sexuais dolorosas.

  • **Vermelhidão e inchaço: **a área afetada pode apresentar vermelhidão e inchaço, acompanhados de sensibilidade ao toque.

Em casos de candidíase de repetição, os sintomas podem ser menos intensos, mas ainda assim causar desconforto significativo. É importante procurar atendimento médico para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

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Diagnóstico

O diagnóstico da candidíase vaginal geralmente é feito por um ginecologista ou clínico geral, com base nos sintomas descritos e em um exame físico.

Durante o exame físico, o médico avalia a aparência da vulva e da vagina, verificando sinais de inflamação, vermelhidão e o tipo de corrimento presente. Caso o diagnóstico não seja claro ou se a paciente tiver episódios recorrentes de candidíase, pode ser necessário realizar um exame laboratorial da secreção vaginal, que identificará a presença e o tipo de fungo.

É importante que as mulheres evitem a automedicação, pois o uso inadequado de antifúngicos pode levar ao desenvolvimento de resistência por parte dos microrganismos e à dificuldade em tratar infecções futuras.

Tratamento para a candidíase vaginal

O tratamento da candidíase vaginal varia de acordo com a gravidade da infecção e com a frequência dos episódios. Na maioria dos casos, a infecção pode ser tratada de forma eficaz com antifúngicos tópicos ou orais, que estão disponíveis em forma de cremes, óvulos vaginais ou comprimidos.

  • Antifúngicos tópicos: cremes e óvulos vaginais são aplicados diretamente na área afetada e são eficazes na maioria dos casos. Eles costumam ser usados por um período de 3 a 7 dias, dependendo do produto e da orientação médica.

  • Antifúngicos orais: em alguns casos, especialmente quando a infecção é mais intensa ou recorrente, o médico pode prescrever antifúngicos orais. O tratamento oral é geralmente mais conveniente, pois requer apenas uma dose única ou um curto período de uso.

No caso da candidíase de repetição, o tratamento pode incluir o uso prolongado de antifúngicos, tanto tópicos quanto orais, para prevenir novas infecções. O médico pode também investigar possíveis fatores subjacentes que estão contribuindo para a recorrência da infecção.

É fundamental seguir corretamente as orientações médicas e completar o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam antes, para evitar a reincidência da infecção.

Como prevenir candidíase?

Além do tratamento medicamentoso, algumas medidas podem ajudar a prevenir a candidíase vaginal. Entre elas, podemos destacar:

  • Uso de roupas íntimas de algodão, tecido que permite uma melhor ventilação da região genital.

  • Evitar o uso de produtos de higiene íntima perfumados, já que eles podem alterar o pH vaginal e favorecer o crescimento do fungo.

  • Limpar a região genital após as relações sexuais. Ela ajuda a remover as secreções que podem favorecer o crescimento do fungo.

  • Evitar o uso de duchas vaginais. Elas podem alterar o equilíbrio da flora vaginal.

  • Só fazer uso de antibióticos sob orientação médica e quando eles realmente forem necessários.

  • Manter uma alimentação saudável, que priorize alimentos naturais e integrais, e pobre em alimentos com açúcar e/ou a base de farinha de trigo refinada.

  • Manter o diabetes sob controle.

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